“Toma! Aquela música que
você gosta taí”, foi o que ela disse ao me entregar o LP, na festa dos meus dez anos. Segurei o disco e olhei para o papel do embrulho. Quando levantei a
cabeça para agradecer, ela já tido ido pro lado das meninas.
Aquela música que eu gosto? Que
música? Fui pra dentro de casa, tirar o embrulho do LP. Era uma coletânea internacional
dos anos oitenta. Ali não tinha nada que eu gostasse. Até Elton John fazia
parte daquilo. Justo eu que odiava o Elton John. Guardei o disco e voltei pra
festa.
A noite seguiu. Enquanto não
se instalasse a pista de dança, elas lá, nós cá. Olhava pra ela e perguntava mentalmente
a que raios de música havia se referido.
Antes de ir embora, deu uma
piscadinha e veio falar comigo.
- É aquela música mesmo, né?
Titubiei. Fiquei na minha.
- Eu sabia que você ia
gostar. O Elton John é demais.
Por
ela, até o Elton John poderia ser demais.
Um comentário:
I'm a rocket man
Rocket man
Burnin' out his fuse
Up here alone
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