CARVA E AS DROGAS
Como era insistente e não podia se
livrar do vício, Carva imaginou que, se a estratégia dava certo com um fornecedor,
daria com outros. Não hesitou em replicar seu modus operandi com as
demais bocas de fumo da cidade. Até que a dinâmica se esgotasse com cada um
deles, estaria tranquilo. No fundo, ele alternava fornecedores que participavam
de facções rivais. Assim, mandava recado a alguns em nome de outros. É óbvio que
todo mundo queria a cabeça do meu amigo.
Agora, o pulo do gato de toda essa odisseia
era o fato de que nenhum dos fornecedores conheceu a fuça do Carva. Quando era
instado a responder a alguma mensagem, ele colocava uma foto de perfil diferente,
geralmente de um desafeto seu. Para cada fornecedor, um rosto. Para cada encrenca,
um filho da puta.
Pelo que fiquei sabendo, o Solda, que
era o maior traficante da região, teve um papo reto com o Minhão e lhe deu 24 horas
para apresentar o corpo do Carva. Só que ninguém sabe onde está o Minhão. Nem
eu.
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