CARVA E OS NEGÓCIOS
Gênova, sócio majoritário da Gênova Incorporações LTDA
sabia que Carva tinha boas relações com políticos de todos os escalões, de
vereadores a senadores. Chamou-o para engendrar um esquema de negociatas que
implicava fraudes a licitações. A empreiteira seria selecionada para a execução
de obras de várias prefeituras e levaria uma bolada.
No início, visaram a região metropolitana da cidade,
composta por quinze municípios. Em cada prefeitura, havia alguém disposto a
direcionar o certame para a empreiteira. Esse alguém era contatado pelo Carva, a
ponte imprescindível do negócio. Ele combinava preços, formas de pagamento e
outras benesses. Conhecia todas as etapas e personagens do plano. Nada acontecia
se ele não desse o comando. Tinha o controle de absolutamente tudo. Se alguém
caísse nas graças dele, poderia abocanhar as polpudas vísceras do erário.
Meses antes de sua morte, Carva resolveu voar alto.
Fechou um acordo coletivo com oito prefeitos. Só ele ficaria com 60% de todo o
capital envolvido. O restante, que não era pouco, seria dividido entre os
prefeitos, agentes públicos e ainda sobraria para realizar, com folga, os
empreendimentos. Enfim, uma tacada de gênio.
O que o Carva não conseguiu prever é
que um sistema corrompido de cima a baixo sempre tem um delator. Naquele caso,
tinha um delator traído, o Léo.
A mulher do Léo era uma mulher tão sedutora quanto mentirosa.
Luize se envolveu com o Carva por meses e não fez esforços para acobertar o relacionamento.
Quando o Léo ficou sabendo, decidiu vingar-se do Carva. Mas não usou de
violência. Preferiu juntar provas de que Gênova seria passado para trás e as guardou
para usar oportunamente.
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