sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mistério na zona sul





Mistério na zona sul - Roberto Barbato Jr
Ilustrações de Otávio Zani
Editora Hedra


"Um envelope é deixado no saguão do jornal “A gazeta”. Dentro dele, uma denúncia anônima refere-se a um orfanato do outro lado da cidade, a crianças e trabalho forçado. Plínio, Giulia e Tonico são três jovens jornalistas que se veem envolvidos na investigação de um crime contra crianças. Para obter informações, precisam assumir identidades falsas, se aventurar em locais pouco frequentados na cidade e recorrer a outros expedientes, como a pesquisa de arquivos e a colaboração de um delegado e até mesmo do garçom da padaria que frequentavam. Aos poucos os três descobrirão que aquilo que inicialmente parecia uma denúncia falsa escondia um crime escabroso. Já não dava mais para recuar. E os três amigos terão de enfrentar as consequências de sua bisbilhotice investigativa até que consigam desvendar o mistério que ronda a Paróquia Santa Isabel, ou se tornar parte dele..."

Depois das dicas, a revelação. Essa aí em cima é a sinopse do meu novo livro, Mistério na zona sul. É um romance infantojuvenil que, com seu suspense, espero agradar também aos adultos.

Logo mais nas livrarias!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Meu novo livro: dica 06

Sim, a arte específica aludida no post de ontem é, como muitos já deduziram, a literatura. Ok, é um texto literário. Mas, atenção: não é um livro de poemas, nem de trovas, nem de haicais, nem de minicontos, nem de contos. Preciso ser mais explícito?

A respeito do público alvo, basta dizer que autores como Marcos Rey, Ana Maria Machado, João Carlos Marinho Silva, Edith Modesto, Índigo, Ivana Arruda Leite, Andréa Del Fuego e outros encantaram uma faixa etária específica. A ela é dirigido meu livro. Todavia, conforme já disse, isso não significa que os adultos não possam se interessar por ele. A narrativa e o tema, espero, serão capazes fisgá-los. Espero mesmo....

Já está combinado: amanhã, farei a divulgação da capa, da sipnose, da editora, etc.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Meu novo livro: dica 05

Recapitulando dicas já dadas: o livro não é técnico, nem acadêmico, nem científico. Também não é uma biografia e tampouco uma autobiografia. Muito menos um livro de autoajuda. Trata-se de um material impresso e não digital (ao menos por enquanto).

A dica de hoje é que o texto do livro pertence ao vastíssimo universo das artes. Isso não quer dizer que seja um livro sobre artes plásticas, música, cinema ou literatura. O texto é, em si mesmo, algo que poderíamos qualificar genericamente de "arte".

Por fim, essa arte é específica e poderá ser fruída sobretudo por uma determinada faixa etária, embora eu acredite que, pela trama e pelo tema, despertará também atenção de outras faixas etárias.

Amanhã tem a última dica!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Meu novo livro: dica 04

É um livro impresso. No papel, claro. Isso não significa que ele não possa, futuramente, ser comercializado em formato digital. Aliás, existe até mesmo cláusula contratual para que isso seja feito, se conveniente.

Não tenho nada contra livros digitais, mas considero o livro impresso insubstituível. Nada elimina o prazer de deitar na cama, abrir e ler o livro. Virar páginas, ler a orelha. Melhor ainda: procurar na livraria o título desejado, comprá-lo e iniciar a leitura antes mesmo de voltar para casa, de preferência tomando um café.

Ok, os livros digitais poderão ser salvos nos tablets e também poderão ser levados para a cama. Sim, eles brilham no escuro, são lúdicos e fascinam a molecada. Quantos argumentos mais seriam necessários para desqualificar o prazer de degustar o livro no papel? Sei lá.... De todo modo, sempre haverá a dependência do carregamento da bateria e aquele insuportável manuseio em touch screen. É possível que percamos mais tempo mexendo no gerenciador do tablet do que apreciando a leitura.

Até agora meus livros estiveram no papel. Esse não será diferente.

Amanhã, prometo, as dicas serão melhores....

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Meu novo livro: dica 03

Tenham certeza: não é um livro de autoajuda. Como eu poderia escrever um livro para ajudar a alguém se, em relação a mim mesmo, quase não tenho êxito? Não sei se isso é condição para produzir algo no ramo. Lembro-me, todavia, que, numa antiga entrevista, Maria Gabriela perguntou a um desses autores famosos quantas vezes ele se casou. A resposta foi: quatro vezes. O livro que o sujeito acabava de lançar naquela época era sobre como manter um casamento feliz. A gargalhada da Gabi só não existiu porque ela é muito profissional.

Se um dia fosse escrever um livro com essa intenção, plagiaria o título do personagem de Patrícia Melo em seu Elogio da Mentira. José Guber deixou de escrever livros policiais para produzir algo no campo da autoajuda. Seu primeiro título foi: “Dê uma mão a si mesmo”. Fantástico, não? O título fala por si e garante o sucesso da obra, por mais imbecil que ela seja. Se não me engano, o protagonista de Mário, que Mário?, de Nelito Fernandes, também se aventura, como autor desconhecido, no ramo da autoajuda.

Tenho certeza de que o mercado editorial da autoajuda é muito competitivo e promissor. Acredito, aliás, que já superou o mercado dos livros jurídicos e espíritas. Mesmo assim, eu, pelo menos por enquanto, estou fora.

Amanhã tem mais!

domingo, 18 de setembro de 2011

Meu novo livro: dica 02

Não, não é uma biografia. Mesmo que tivesse vontade, não teria disposição alguma para fazer pesquisa a ponto de escrever sobre a vida de alguém. Além do mais, acho que biografias são um pouco enfadonhas. Eu, por exemplo, só li a biografia do Tom Jobim, escrito por sua irmã, Helena. Depois, ganhei a biografia do Tom escrita pelo Sérgio Cabral, que me pareceu fabulosa. Mesmo essa, que cobicei durante longo tempo, não consegui terminar. A leitura não fluía.... Recentemente, ganhei um livro de uma grande amiga e, como já o tinha, resolvi trocar pela biografia do Lobão. O livro está na estante até hoje, não passei da página cinquenta.... Ok, imagino que as trabalhos biográficos do Ruy Castro sejam magníficos, mas....

O tio Harlan bem que merecia uma biografia. Ele tem uma rica trajetória pessoal, ninguém duvide. É algo a se pensar para o futuro. Todavia, por ora, os interessados podem se contentar com os cinco contos que estão aí do lado, na seção “Contos e outras ficções”.

Prometi apenas uma dica por dia. Como hoje estou generoso (ah, ah, ah!), darei uma segunda dica: também não é uma autobiografia (ohhhhhhhhhhhh!). É claro que não. O que um sujeito como eu teria para contar em menos de quarenta anos? Tudo bem: Noel Rosa, Joplin, Hendrix, Cazuza, Renato Russo e Cássia Eller morreram antes dos quarenta e tinham muito o que dividir com o mundo. Longe está de ser meu caso. A minha história, exceto por uma circunstância específica, seria incapaz de suscitar a curiosidade de alguém. Ou seja, eu não teria absolutamente nada interessante que pudesse vir a público em formato de livro. É bem verdade que todos nós, de uma forma ou de outra, sempre temos algo para relatar, muito embora concorde com a opinião do irascível Diogo Maynardi: a maioria das pessoas tem uma história de vida infame.

Por hoje chega. Amanhã tem mais....

sábado, 17 de setembro de 2011

Meu novo livro: dica 01

Ontem avisei no Facebook que meu novo livro está para sair. Alguns amigos ficaram indignados e chegaram a me xingar por saber da notícia em uma rede virtual. É claro que não pretendia causar nenhum mal-estar. Apenas não comentei nada porque publicações são mais ou menos como a história do tal São Tomé: é preciso ver pra crer.

Agora, todavia, com contrato assinado, miolo e capa prontos achei que avisar sobre a existência da obra seria uma forma legal de não pegar ninguém de supetão, como fiz nos meus dois primeiros livros. Meu erro talvez tenha sido a falta de informação sobre a nova obra: não mencionei seu tema e tampouco seu nome. Em vista disso, recebi mensagens indagando a respeito deles.

Essas mensagens me deixaram muito feliz e, não sei bem por que, acabaram por suscitar em mim aquele infeliz instinto de aguçar a curiosidade alheia. Coisa de espírito de porco!, diria meu avô. Fiquei na dúvida se deveria ou não abrir o jogo e acabar com um falso suspense que, talvez, eu mesmo tenha criado. Pelo sim, pelo não, decidi manter o mistério, apostando que ele dure ao menos uma semana.

Assim, até a próxima quinta-feira, 22/09, postarei aqui no blog uma dica por dia sobre o livro. Na sexta-feira, postarei a capa, a sinopse e, naturalmente, o título. Tenho ciência do grande risco que corro com esse expediente: certamente irão enxergar na minha atitude um excessivo ar de cabotinismo. Paciência....

Vamos, então, à primeira dica: posso garantir que o novo livro não é um texto acadêmico. Bem diferente dos anteriores, não é uma obra com análise sociológica ou jurídica sobre qualquer tema. Esqueçam livros científicos, acadêmicos ou técnicos.

Antes de terminar, gostaria de agradecer o trabalho impecável do meu editor. O Iuri é um craque e tem uma sensibilidade fantástica. Além dele, preciso agradecer o pessoal que cuidou da revisão e do aspecto gráfico da obra. Mais não posso falar, sob pena de entregar o tema e a classificação do livro.

Até amanhã!

sábado, 10 de setembro de 2011

A insensatez da professora

Setembro de 1992. Eu estava no terceiro ano da faculdade. Tinha uma professora a quem não creditava boa avaliação: desconfiava de todas as suas eventuais habilidades intelectuais. Essa desconfiança, aliás, resistiu ao tempo. A longo tempo, diga-se. Não bastasse, sofria com suas esquisitices: aquela senhora apreciava lecionar no meio do campus, na grama, no concreto ou em qualquer lugar que nos fizesse sofrer com o calor, com os mosquitos e com as conhecidas agruras do clima tropical brasileiro.

Ok, careço ser sincero. Eu tinha alguma birra dela.

Sucedeu o seguinte. Após o feriado de sete de setembro, a professora, provavelmente sem ter preparado aula, entrou na sala. Pediu para que todos lessem um artigo publicado no feriado por Marilena Chauí, na Folha de S. Paulo. O recorte de jornal passou de mão em mão, sendo submetido à apreciação de todos. O tempo já avançado precisava ser justificado. Ela, então, perguntou para cada aluno sua opinião sobre aquele texto que considerava brilhante, uma obra-prima.

Instado a me pronunciar, apenas disse que não via nenhum brilhantismo no texto da lavra da professora Chauí:

- Este artigo é um festival de obviedades.

Alguém poderia objetar que eu estava disposto a fazer alguma provocação. Não era o caso. Como estudante, supostamente uma consciência crítica – algo quase impossível aos vinte anos! – apenas dei minha opinião. Só isso. Preferia não estar em sala de aula. Gostaria de não ter de me manifestar. Mas tive de fazê-lo. O resultado não poderia ser outro: a mulher se inflamou.

- Onde já se viu? A professora Marilena Chauí é uma das maiores intelectuais do Brasil. Seus artigos são geniais. Ela tem mais de não sei quantos livros publicados, é uma inteligência rara.... A professora Marilena Chauí isso, a professora Marilena Chauí aquilo.....

Caramba! Será que Marilena Chauí é imune a dizer obviedades? Ou seria tão brilhante que até mesmo suas obviedades devessem ser admiradas?

A história terminaria aí, não fosse a postura que adotei na semana seguinte. Quando acordei, dei-me conta de que a primeira aula daquela manhã seria com a irascível professora. Desisti de ir para o campus. Fiquei na república, sem ter o que fazer – o que, sem dúvida, mostrou-se uma alternativa acertada.

Para minha surpresa, fiquei sabendo que a digníssima docente ainda estava incomodada com meu comentário da semana passada. Disseram-me que ela se saiu com essa:

- A professora Marilena Chauí tem mais de trinta anos de carreira. Tem gente que nem completou o terceiro ano da faculdade e se vê no direito de criticá-la.

Seria possível? Além de insensata, minha professora seria covarde? Não me dera direito à defesa? Fizera provocação que não poderia ser rebatida? Alguém sugeriu que eu retrucasse na aula subsequente. Embora não me faltasse vontade, nem cogitei dessa possibilidade. Imagino ter sido naquela ocasião que a tal consciência crítica tenha me dado algum sinal de vida.

sábado, 3 de setembro de 2011

Todo mundo tem

Quando Chico Buarque compôs a letra da “Ciranda da Bailarina”, esqueceu-se de listar que todo mundo tem um projeto. Não importa a idade, sexo, extração social, nível cultural. Não importa nada. Todo mundo tem um projeto, reitere-se. O que é interessante é que todos os projetos – sem qualquer exceção – já nasceram sob a égide do êxito. São, todos, sinônimo de sucesso.

Toda criança tem um projeto: ser astronauta, bombeiro, médico, jogador de futebol. Um dia, num programa televisivo, perguntaram às crianças de uma escola o que elas seriam quando crescessem (aquela velha história). Cada um correspondeu à expectativa geral: médico, advogado, empresário, policial... De repente, apareceu um sardento e disse pausadamente: quero ser ginecologista. Olhou para a câmera e deu uma gargalhada.

O professor da academia queria abrir uma pizzaria. Dizia que faria um preço camarada para os alunos dele. Além disso, se pedissem acréscimo de algum ingrediente, não hesitaria em atendê-los. Com esse expediente bastante inventivo, disse que ficaria rico e abriria uma rede de pizzarias. Por certo, tinha uma legião de alunos. Não sei que fim levou o sujeito, se abriu o negócio ou não. Logo depois daquela conversa, desisti da academia. Ainda bem.

Um outro espertalhão decidiu construir um prédio cujos apartamentos seriam alugados para os estudantes que estavam matriculados na faculdade que distava três quadras do imóvel. O sucesso também era garantido. Com a pequena distância existente entre a morada e a faculdade, os alunos certamente iriam alugar os apartamentos e pagariam o preço que fosse. “A facilidade é muito grande e estudante de universidade privada tem muito dinheiro”, era o que dizia o gênio. Depois de algum tempo, perguntei a ele como estava o andamento das obras e fiquei sabendo que não havia terreno disponível naquelas imediações. O jeito seria procurar por outra localidade. Até hoje ele não a encontrou. Somente por essa razão, não ficou milionário.

Tem outra: dois gordinhos sedentários foram participar de uma corrida com trajeto de 3 ou 4 quilômetros. O mais obeso logo avisou: “O negócio é ir devagar no começo. Depois de algum tempo, todos estarão cansados e nós estaremos na boa. Aí, é só avançar, passar por todo mundo e ganhar a corrida”. Quinhentos metros após a largada, o gordinho papudo, já esbaforido, resolveu cortar caminho. A fiscalização do evento o desclassificou imediatamente. O outro gordinho, em solidariedade ao amigo, desistiu da empreitada. Mas não deixou por menos: “Pô, sem você não tem graça. A gente combinou de ganhar junto”. Por certo, o projeto era coletivo.


O balconista também tinha um projeto. Ele não gostava de estudar e jamais pensou em fazer graduação. Faria o supletivo e tudo bem. Dizia que, mesmo assim, venceria na vida, largaria o bar do tio e teria uma vida tranquila, sem depender de salário de ninguém. Tinha facilidade para línguas. Convicto, disse que estudaria alemão e inglês e que isso seria suficiente para ser contratado por uma multinacional. Com empenho (esse pelo menos sabia que teria de ralar um pouco), em 2 anos, no máximo, teria um cargo de gerente. Dali para ser sócio, seria um passo. “Vá em frente, meu caro”, foi a única coisa que consegui falar para ele. Eu estava bêbado e não adiantaria estender a conversa. Dei uma força para o camarada. Depois de muitos anos, liguei num departamento da prefeitura municipal e ele atendeu. Está lá até hoje e, ao que tudo indica, é bem versado nos vernáculos germânico e anglo-saxão.

Segundo um velho amigo, os entrevistados do Jô na Globo também têm um projeto. Se forem artistas, então.... Haverá sempre uma novela, um filme a ser feito ou dirigido, uma temporada no teatro ou uma turnê musical. Em suma, ninguém escapa de ter um projeto.

Se eu tenho um? Não. Tenho um desejo: viver de renda. Só não sei como fazer isso. Se alguém souber, por favor, me avise.