terça-feira, 28 de agosto de 2007

A arte e a indiferença: Sérgio Buarque de Holanda


Desde que escrevi o post anterior não me sai da cabeça uma citação adorável de Sérgio Buarque de Holanda sobre a arte brasileira. Como não disponho do depoimento original, citarei abaixo o trecho de autoria do José Lins do Rego sobre o assunto.


"Foi por isso que o sr. Sérgio Buarque,(...), disse uma vez que essa história de arte brasileira 'não nascerá da nossa vontade, surgirá muito mais provavelmente da nossa indiferença'. Sérgio Buarque quis com isso tocar no esforço e messianismo de certa gente que a toda a força procura criar uma arte nacional, como se fosse tão fácil criar uma arte.(...) É portanto de nossa indiferença que vem surgindo o que se chamará um dia de arte brasileira. Ela provavelmente não virá dos discursos às estrelas do Sr. Plínio Salgado nem tampouco dos saltinhos à Piolim do muito talentoso Oswald de Andrade.(...) Nessa gente opera-se uma modernização de superfície". (LINS DO REGO, José. "Jorge de Lima e o Modernismo" apud CANDIDO, A. & CASTELLO, J.A. Presença da literatura brasileira. Modernismo. 9 ed. São Paulo: Difel, 1983, p. 249-250. Grifos meus).

Furto-me a comentar a citação. Apenas convido o leitor a reler o post sobre Mário e Glauber e fazer o devido acréscimo da reflexão necessária.

É só... Por ora é só...




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