Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingível
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingível
(Gilberto Gil - Metáfora)
Não se duvide que o poder da
metáfora seja infinito e possa ser utilizado até mesmo pelos menos sofisticados
em matéria literária. As crianças, com sua imensa capacidade de dedução, são
capazes de nos surpreender com o sentido figurado de muitas expressões. Não
sabem o significado delas, mas a usam com toda propriedade. Os boçais costumam se apoderar do sentido análogo. Traçam paralelismos, fazem
comparações, utilizam exemplos à farta. Felizmente, a metáfora é democrática e
se presta a propósitos de toda sorte e grandeza.
Exemplo disso é o que
ocorreu recentemente. Ao saber da expedição dos mandados de prisão de José
Dirceu e José Genuíno, o ex-presidente do Brasil, Sr. Luiz Inácio, telefonou
para os dois e disse: “Estamos juntos”. Com o perdão da repetição:
ao saber que seus colegas de partido estavam na iminência de ser presos, Lula
se dirigiu a eles para dizer que “estavam juntos”.
Como, juntos? Juntos, onde,
cara pálida?
Os dois Josés iriam – como
foram! – para o xilindró e Luiz Inácio continuaria – continua! – fruindo de sua
liberdade. Teria ele perdido a noção espacial? Ou seria detentor do dom da
ubiquidade?
Só a metáfora poderia
justificar uma frase de tão mau gosto! Mesmo com tanta licença poética, a
expressão do ex-presidente soa oportunista. Aliás, sob esse aspecto, ele tem
jogado um bolão (justo ele que aprecia tanto as analogias com o futebol)!
Estamos juntos? Peroba nele!
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