terça-feira, 16 de novembro de 2010

Heresia

Estava na Siciliano. Vi o livro, peguei um exemplar e sentei no chão. Comecei a ler. Era fantástico, como todas as demais obras daquele autor. Gargalhei aos montes e, além disso, o clima da narrativa me tomou por inteiro. Não conseguia parar de lê-la. Continuei mais um pouco. Quando a trama anunciou o que realmente viria pela frente, tive de encerrar a leitura. Já era hora de ir embora. Não comprei o livro naquele dia, mas fiquei com água na boca.

Logo depois, ganhei a obra, que chegou pelos Correios. Como não havia lido muitas páginas, reiniciei a leitura e, pouco a pouco, fui notando que a história se arrastava. Parei para pensar que algo devia estar equivocado.

Seria porque o autor é especialista em outro gênero? Seria porque não estava no clima daquele texto? Mas, como? Na Siciliano eu podia jurar que o livro era delicioso....

Insisti. Não se deixa de ler um livro sem um motivo realmente forte. Por certo, eu estava enganado. Talvez fosse questão de algumas páginas. Bastaria ler mais um pouco para encontrar a felicidade. De nada adiantou, contudo. Prosseguir já não era mais um caminho agradável. Era incompatível com o prazer da leitura. Resolvi abandoná-la. Ainda tenho a esperança de que, em uma oportunidade qualquer, possa retomá-la e me envolver com ela.

Hoje, olhando para aquela situação, imagino que pareça uma grande heresia o fato de eu não ter conseguido terminar a leitura do livro. Trata-se de Os espiões, do Luis Fernando Veríssimo. Paciência. Quem sabe um dia?

Um comentário:

Letícia Palmeira disse...

Será pecado não ler uma obra de autor de grande porte? =)

Vou te contar um segredo: há um livro de uma certa poeta que todo mundo diz ser um marco da lit. brasileira. Eu comecei a ler e não consegui terminar. O livro não me aguça em nada. Será culpa minha?

Um abraço.