Recentemente, ao visitar o blog da Andréa del Fuego (vide link aí do lado), participei de uma rifa do livro da Sabina Azuategui (Calcinha no varal).
Pois é.... não ganhei a obra mas soube como funciona uma rifa. Somente agora notei que o nome sorteado consta de uma aba a ser aberta na própria rifa. A Andréa preencheu os nomes e fotografou a cartela até que ela ficasse cheia. Depois, num passe de mágica, rompeu a tal aba e fotografou o resultado final. Paciência!
O fato de não ter ganho o livro me lembrou das inúmeras vezes que participei de sorteios e rifas. Como minha sorte para essas coisas (apenas para essas coisas!) não é grande, passei a indagar a razão de tantos insucessos. Memória vai, memória vem, recordei-me de uma festa junina, no início da década de oitenta.
Devia ter uns vinte cruzeiros no bolso. Alguém me chamou para ir até a barraca do coelho gastar essa grana toda. Putz! Fui.
Funcionava assim: o coelho ficava preso no centro de um círculo irregular em que se agrupavam pequenas casas numeradas de madeira. Em cima dessas casas, havia uma prenda, ou seja, o prêmio do sortudo! Esse prêmio era o mais diversificado possível: coador de café, caixinha de alfinetes, pares de meias, bolas, sacolas de nylon, etc.
Quando soltassem o coelho ele iria entrar em uma das casas numeradas. O sujeito que tivesse comprado a rifa com o número correspondente da casinha seria o ganhador da prenda.
Alguns minutos de suspense.... Soltaram o coelho. Ele foi para um lado e ameaçou entrar numa casinha. Alguém gritou: "Aí não!". O coitado, já bem assustado, deu ouvidos ao infeliz. Foi para o outro lado, levou outro susto. Parou. De repente, saiu em disparada rumo à casinha de um espremedor de laranjas laranja. Entrou.
O sortudo era eu! Ganhei o espremedor de laranjas laranja. Era o meu número. Eu estava fadado a obter aquele utensílio sui generis. Acho que foi naquele momento que o destino selou minha sorte com sorteios e rifas. Se o coelho não tivesse entrado ali naquele dia, eu teria ganho tantas outras coisas desde então. Talvez tivesse ganho o livro da Sabina.
Ainda hoje, vez por outra, imagino o coelho aproximando-se da casinha do espremedor, olhando fixamente para ela e batendo em retirada.
Coelho filho da puta!
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