Se o Genuíno
pode...
Acendi um cigarro, olhei para o lado e disse:
- Mazeu, acende um cigarro aí. Se o Genuíno pode,
nós também podemos.
Na verdade, ninguém podia. No anfiteatro, existiam
placas com a indicação de “proibido fumar”. Todavia, o primeiro a acender o
cigarro foi o deputado petista, que estava lá para falar sobre sua trajetória
de vida e sobre a política brasileira.
Logo que demos o primeiro trago, vimos o diretor da
faculdade (se não me engano, o nome dele era Telmo) falar alguma coisa ao pé do
ouvido do então parlamentar. Depois, balançou a cabeça em direção a nós, como a
indicar que agíamos daquele modo motivados pela iniciativa do deputado.
Ato contínuo, Genuíno apagou seu cigarro. E nós, os
nossos. Se ele podia, nós também podíamos.
Isso aconteceu em 1991 ou 1992, no auditório da
Faculdade de Ciências e Letras da Unesp-Araraquara. A história é curta, mas verídica.