sábado, 1 de setembro de 2012

Minha primeira vez

É difícil falar da experiência da primeira vez. Para muitos, é uma espécie de tabu, de tema proibido ou alguma forma de constrangimento. Eu mesmo, quando decidi escrever sobre o assunto, fiquei inquieto em relação à maneira como iria abordá-lo. Foi difícil vencer a barreira, mas, agora, creio ser o momento ideal para fazer o meu relato.

Todas as pessoas com as quais eu conversava me diziam que a primeira vez é uma experiência única, incapaz de ser traduzida por palavras ou qualquer outro meio de linguagem. Os mais experientes asseveravam aquilo que todos nós sabemos: ninguém nunca esquece a estreia, a famosa primeira vez. Comigo também foi assim. Quando aconteceu, tive alguma dificuldade para formular meu sentimento. 

Feitos esses esclarecimentos, vamos ao relato concreto.

Depois de comer uma maçã (nada mais apropriado para a ocasião do que o fruto proibido), iniciei as preliminares, ou seja, os alongamentos necessários a esse tipo de prática esportiva, se assim podemos chamá-la. Alonguei-me rapidamente e ainda sem ter certeza de que estava pronto para o ato, subi nela de maneira cautelosa. É muito importante ser cuidadoso nesse momento. Em poucos segundos o processo se iniciou. Embaixo de mim, um barulho com volume considerável começou a aumentar até que eu atingisse a velocidade necessária. O corpo principiou a se acostumar com o ritmo dos meus movimentos. De repente, fui instigado a aumentar ainda mais a velocidade daquela movimentação que já me parecia inusual. Alguma coisa dentro de mim anunciou que o processo estava no início. Não fui capaz de mensurar o tempo de sua duração. Estimo, contudo, que depois de meia hora, tenha acontecido o ápice.

Uma sutil sensação de anestesia e uma grande euforia havia tomado conta do meu organismo. Eu queria mais. Todavia, já estava de bom tamanho.... O principal havia acontecido: pela primeira vez na minha vida senti a famosa endorfina tomar meu corpo. Passados alguns minutos, desliguei a esteira e corri para tomar um banho.

A primeira endorfina, acreditem, a gente nunca esquece.

Um comentário:

Lílian disse...

Pito, esse texto ficou óteeemo!! Apesar de sua primeira vez ter sido tardia, deve ter sido inesquecível, mesmo!! Bjos