sábado, 2 de junho de 2012

A curiosidade como fator de desenvolvimento social

Esqueça tudo o que você já leu sobre o desenvolvimento das sociedades. Jogue no lixo todas as teses levantadas por sociólogos, antropólogos e qualquer espécie de cientista social.

Se você já leu em algum lugar que o motor da história é a luta de classes, conforme preconizava o velho Marx, esqueça. A contradição da sociedade e a superposição material de uma classe sobre a outra é importantíssima, mas não chega a explicar o desenvolvimento da sociedade.

Weber? Esqueça também. Nada dessa história de que a ética protestante foi fundamental para o desenvolvimento do capitalismo e da sociedade ocidental. Tudo isso é besteira e, hoje, não faz sentido algum.

Embora bastante ambicioso, Durkheim também não chegou nem perto de explicar a transformação das sociedades primitivas em civilizadas. Sua tese, contida na Da Divisão do Trabalho Social não sobrevive a um simples sopro teórico. Dizer que a solidariedade mecânica foi substituída pela orgânica e que a divisão social do trabalho permite explicar o desenvolvimento social é, convenhamos, uma tese interessante. Não passa disso.

Pronto. Não precisamos ir além das teses dos três porquinhos da sociologia clássica. Não vamos buscar nos filósofos políticos do contratualismo nenhuma explicação. Esqueça também aquele papo azedo de que houve um momento em que a humanidade superou o estado de natureza, fundando a sociedade política e o Estado Social. Hobbes que nos perdoe: seu Leviatã serve muito mais como literatura (escrevia bem o sujeito!) do que como obra filosófica. Freud? Nem pensar....

O único sujeito capaz de explicar, até hoje, o desenvolvimento social é um farmacêutico que trabalha perto de casa. O cara é um gênio. Depois de me aplicar uma injeção, ofereceu-me a bula da droga. Aceitei, alegando que sou curioso.

- É bom ser curioso! – ele disse.

Perguntei a razão de seu comentário. Num lampejo de genialidade, ele soltou:

- Se não fôssemos curiosos, estaríamos até hoje nas cavernas, comendo carne crua.

Isso é que é capacidade de síntese! Precisa mais?

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