Gênova resolveu dar um rega-bofe para comemorar os 15 anos de sua empreiteira. Não poderiam faltar políticos, empresários, funcionários públicos e gente com alguma particularidade de influência na vida pública do país. O critério para a escolha dos convidados, contudo, ainda hoje é motivo de especulação. O que teria Gênova estabelecido como condição essencial para que alguém pudesse desfrutar da comemoração? Talvez nem ele soubesse...
A festa, produzida sem preocupações quanto ao orçamento,
teria de causar alaridos. Quando se soube dela no meio político, houve grande
expectativa. Quem fosse convidado teria, em tese, o reconhecimento de algum prestígio.
A cada um caberia capitalizar esse prestígio. Depois daquela data, a credencial
mais importante consistiria em dizer que foi pessoalmente convidado pelo
italiano. E quanta gente não agiu assim!
De outro lado, pé rapados, sequiosos por alguma notoriedade,
chegaram a vender a alma e o corpo para conseguir um convite. O acesso à festa
seria franqueado pela venda de sexo a preços módicos. Nunca a lascívia foi tão
desvalorizada no mercado dos boçais arrivistas. Quanta humilhação e indignidade!